quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Agrupamento de Escolas participa em “Renascer Carregal”



O dia 15 de outubro foi um dia diferente e memorável para os alunos do ensino secundário e da Educação Inclusiva do Agrupamento de Escolas de Carregal do Sal e para o concelho. 
A atividade de reflorestação de um baldio em Fiais da Telha, dinamizada pela Câmara Municipal, que antecipadamente preparou o terreno, para assinalar o primeiro aniversário do trágico incêndio que assolou a região, desencadeou nos alunos grande interesse e motivação, que empenhadamente plantaram centenas de pinheiros mansos durante a manhã.
Esta iniciativa contou com a presença do executivo e de vários funcionários da Câmara, para além da participação dos membros das forças de proteção civil local (Bombeiros, Cruz Vermelha, GIPS e GNR), das Juntas de Freguesia e dos utentes da APCV, num total de mais de 150 pessoas, as quais deram o seu afincado contributo para a construção do futuro de um concelho mais verde e para criação da riqueza que é a floresta e o desenvolvimento rural, como afirmou o Senhor Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, presente no evento.
A equipa do Projeto “Dever de Memória – Jovens pelos Direitos Humanos”, nomeada pela Direção da Escola para acompanhar os estudantes nesta ação, não poderia deixar de acarinhar a iniciativa, tendo em conta os valores que regem o trabalho desenvolvido na Escola e na comunidade. 
A aprendizagem desta lição de cidadania, o são convívio e a cooperação entre todos ficarão na memória de todos os que passaram por esta experiência. Em jeito de balanço, podemos considerar que a atividade foi muito enriquecedora e positiva. Os jovens, ao terminar a tarefa, sugeriram outras intervenções no meio local, onde possam dar a sua colaboração, nomeadamente a limpeza da floresta. 

                                                                                                                 Dores Fernandes e Josefa Reis
Fotos: Josefa Reis

  








Projeto “ Dever de Memória” assinala “Dia Mundial da Saúde Mental”



  À semelhança de anos anteriores, o Projeto UNESCO “Dever de Memória – Jovens pelos Direitos Humanos”, em colaboração com as disciplinas de História A e Educação Física, respetivamente os docentes Dores Fernandes e Abílio Andrade, assinalou o “Dia Mundial da Saúde Mental”. Desta vez através da dinamização de um peddy paper na vila de Carregal do Sal, seguido da palestra proferida pela Enfermeira Joana Carvalho da UCC Aristides de Sousa Mendes, habitual parceira na iniciativa. Este evento tinha como objetivos: alertar para a problemática das doenças do foro mental; sensibilizar para o respeito e preservação do património histórico-cultural local; estimular o interesse e a curiosidade pelo saber; desenvolver o espírito de grupo, a autonomia e hábitos de vida saudáveis. Recorde-se que a Federação Mundial de Saúde Mental (World Federation for Mental Health), em 1992, instituiu o dia 10 de outubro, como Dia Mundial da Saúde Mental, com o objetivo de promover uma oportunidade anual para aumentar o conhecimento público sobre saúde mental.
Foi, ainda, motivação para a realização desta atividade, consciencializar os participantes para a necessidade da gestão do tempo individual/familiar, em contrabalanço com a sistemática dependência dos telemóveis e consequentemente do mundo virtual, o que conduz à constatação de que estamos na era da sociedade solitária, em que o indivíduo se vai fechando para a socialização.

 Esta atividade, destinada aos alunos das turmas A e B de 10º ano, suscitou forte motivação nos alunos, que entusiasticamente realizaram, em pequenos grupos, num tempo record o percurso por vários espaços da vila, respondendo a todos os itens do guião. Digno de registo, o facto deste tipo de iniciativa proporcionar, aos discentes, o trabalho colaborativo e a entreajuda, assim como o treino de superação de obstáculos e da resiliência.
 Na palestra, a oradora salientou a importância dos jovens praticarem desporto e levarem uma vida saudável, relativizando as contrariedades da vida. A resiliência, a necessidade de criarem “âncoras” para não sentirem a solidão e a partilha dos problemas, com aqueles em quem confiam, foram outros conselhos deixados à jovem plateia, visto que esta é uma franja da sociedade que lida mal com a frustração, segundo esta profissional. A comunicação, conduzida de forma muito motivadora, desencadeou um vivo interesse e participação, pelo que o balanço é por isso, muito positivo.
                                                                                                             Dores Fernandes e Josefa Reis


Seminário “Ensinar sobre o Holocausto e os Direitos Humanos – aprender com o passado e agir para o futuro”

  
De 4 a 7 de outubro a equipa UNESCO do Agrupamento de Escolas de Carregal do Sal participou num Seminário Internacional, intitulado  "Learning from the Past, Acting for the Future-Teaching about the Holocaust and Social Justice”  “Ensinar sobre o Holocausto e Justiça Social - Aprender com o passado, Agir para o futuro”, organizado pela Memoshoá, Associação Memória e Ensino do Holocausto, em parceria com a TOLI, The Olga Lengyel Institute for Holocaust Studies and Human Rights.
 O acolhimento do grupo dos professores selecionados começou com a entrega das pastas de documentação, seguida de um cocktail de boas-vindas no pátio do Salão Nobre do Edifício-Sede da Junta de Freguesia do Lumiar (Palácio das Conchas). Seguiu-se a receção pelas palavras do anfitrião, Presidente da Junta de Freguesia do Lumiar, Pedro Delgado, e de Esther Mucznik, em representação da Memoshoá, seguida pelo discurso de outras individualidades, como Arthur Berger, da TOLI, Raphael Gamzou, embaixador de Israel em Portugal, Todd Miyahira, Relações Públicas da Embaixada dos EUA, Luís Barreiros, da IHRA, Eulália Alexandre, da DGE e Oana Nestian-Sandu, da TOLI que apresentaram as motivações do respetivo seminário. No final, os presentes foram brindados com um momento musical, que encantou pela singular música tradicional israelita.


Esta formação, que teve lugar na Junta de Freguesia do Lumiar, em Lisboa, destinada a professore/educadores, dos vários níveis de ensino e disciplinas mais diversas, revelou-se uma excelente oportunidade de aprendizagem sobre a abordagem do tema Holocausto e os Direitos Humanos em sala de aula, quer pela elevada qualidade das conferências proferidas, quer pelo trabalho prático em grupo e debates, e ainda, pela partilha de experiências.
Durante os dias do seminário, foram várias as abordagens do tema em estudo, que culminaram sempre num espaço de reflexão e trabalho em formato Workshop, nomeadamente “Identidade, estereótipos, preconceitos e discriminação: Pirâmide do ódio”, dinamizada por Oana NestianSandu, formadora da TOLI, “Os “outros” na hierarquia da memória” de Esther Mucznik, “O papel de Portugal durante o Holocausto”, conferência de Irene Pimentel, da Universidade Nova de Lisboa, “Observadores passivos, observadores ativos e colaboradores: atitudes em relação aos Judeus durante o Holocausto”, conferência de Oana Nestian-Sandu e Arthur Berger da TOLI; Os portugueses no Sistema de Campos de Concentração Nazi” Conferência de Cláudia Ninhos, da Universidade Nova de Lisboa, e “A segunda geração de sobreviventes do Holocausto: um passado complexo, uma reflexão para o presente - A influência do Holocausto na Escrita de Edna Shemesh”, conferência de Edna Shemesh.
Os testemunhos de sobreviventes do holocausto e de familiares marcados pela história de vida dos seus pais, nomeadamente a escritora Edna Shemesh e Mário Zilberberg suscitaram grande interesse entre os professores e várias e oportunas intervenções. A visita a lugares de memória da cultura judaica, em Lisboa, foi mais atividade que se revelou de interesse para os participantes e uma mais-valia desta formação. 
Digno de registo foi a presença atenta e muito interventiva de membros dos órgãos de administração da TOLI, as dinâmicas postas em prática por parte da formadora Oana Nestian- Sandu, do Instituto TOLI, cujo objetivo primordial é proporcionar o desenvolvimento de atividades e a formação de Professores e Educadores, nos Estados Unidos da América e na Europa, no âmbito do ensino do holocausto, outros genocídios e dos Direitos Humanos.

Esta organização foi criada como forma de dar continuidade ao trabalho de Olga Lengyel, uma sobrevivente e detentora de memórias do Holocausto que decidiu dedicar a sua vida à educação de futuras gerações, no âmbito da shoá e da pertinência da sua atualidade. A história de vida de Olga serviu de base e inspiração para o romance “A escolha de Sofia”, de William Styron. Os seminários promovidos pela TOLI têm por base uma metodologia que privilegia o diálogo, a escrita e a aprendizagem num ambiente colaborativo. A participação nesta formação visa permitir inspirar os docentes a ensinar, de forma criativa e significativa, temáticas como o Holocausto e outros genocídios. Todos os professores, que participam nas iniciativas levadas a cabo pela TOLI, tornam-se membros da “TOLI’s Holocaust Educators Network”, partilhando, assim, estratégias, materiais pedagógicos e ideias que podem ser usadas nas suas escolas e nas suas próprias aulas.

O balanço da participação nesta formação é muito positivo, pela reflexão e aprendizagem enriquecedoras, mas também porque estamos em crer que trazendo as lições decorrentes do Holocausto para o mundo dos nossos dias, os professores tornam-se uma poderosa força de intervenção no tecido social. Deste modo, ao ensinar esta temática cronologicamente transversal, os docentes, nas suas salas de aula e na comunidade educativa tornam-se agentes de mudança social.


Dores Fernandes e Josefa Reis
Fotos: Josefa Reis


"Dias da Memória” - uma recolha de histórias sobre Aristides de Sousa Mendes.


No fim de semana de 22 e 23 de setembro, as instalações temporárias da Fundação Aristides de Sousa Mendes, no edifício Campos Lobo, em Cabanas de Viriato, estiveram abertas ao público para uma recolha de testemunhos, documentos e fotografias sobre Aristides de Sousa Mendes. Familiares, amigos e admiradores, nacionais e estrangeiros, tais como Leah Rozenfeld e Gérald Mendes (neto de Aristides de Sousa Mendes), da Sousa Mendes Foundation, fizeram questão de prestar o seu depoimento, que a equipa de investigadores do Instituto de História Contemporânea registou para memória futura.

A iniciativa “Dias da Memória”, organizada pela Fundação Aristides de Sousa Mendes, em parceria com Câmara Municipal de Carregal do Sal e o Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, tinha como objetivo enriquecer o Centro de Documentação da Fundação Aristides de Sousa Mendes. Alguma da informação recolhida virá a ser integrada no futuro museu a criar na Casa do Passal e na plataforma Memórias para todos, contribuindo para a divulgação e salvaguarda de uma memória histórica que é património de todos os portugueses.

A equipa UNESCO do Agrupamento de Escolas de Carregal do Sal, não poderia deixar de marcar presença, dado que o enfoque do trabalho desenvolvido nos últimos cinco anos, no âmbito do Projeto “Dever de Memória – Jovens pelos Direitos humanos”, é a divulgação do ato de consciência e de coragem deste humanista, no contexto do holocausto da 2ª Guerra Mundial. Assim, as professoras Dores Fernandes e Josefa Reis colaboraram na realização da atividade, quer ao nível da decoração do espaço com materiais pedagógicos produzidos no âmbito da temática do projeto, quer na logística do evento e deixaram, também, o testemunho sobre algumas atividades realizadas na comunidade educativa, que não pertencendo a uma memória do passado, enriquecem a ação de divulgação e de sensibilização das gerações futuras.
Dores Fernandes e Josefa Reis
Fotos: Josefa Reis