domingo, 3 de janeiro de 2021

Exposição coletiva “SER Consciência … 30/1000 por 1VIDA" - caminhos da MEMÓRIA

 

No passado dia 11 de outubro, teve lugar na Casa do Passal, (que foi residência do cônsul Sousa Mendes), em Cabanas de Viriato, a inauguração da exposição “SER Consciência … 30/1000 por 1VIDA- caminhos da MEMÓRIA”, evento organizado pela equipa do Projeto UNESCO “Dever de Memória – jovens pelos direito
s humanos” do Agrupamento de Escolas de Carregal do Sal, com a colaboração dos artistas plásticos Josefa Reis e Vítor Costa, em parceria com a Câmara Municipal, Junta de Freguesia e a Fundação Aristides de Sousa Mendes. Após a abertura pela Senhora Diretora do Agrupamento, Dra. Maria João Marques, que mostrou o seu regozijo pela iniciativa, sublinhando a importância do trabalho desenvolvido no âmbito do projeto junto dos alunos, a Coordenadora Dores do Carmo, apresentou o enquadramento do evento, lembrando “que o projeto se centra na figura de Aristides de Sousa Mendes, no contexto do holocausto e da temática dos direitos humanos e que as atividades dinamizadas, nestes seis anos de Escola Associada da UNESCO, envolvem, privilegiadamente, os alunos e, ultrapassando os “muros” da Escola, têm um alcance na comunidade educativa, e projeção fora do concelho numa perspetiva de “dentro para fora”, assentando em três pilares: educativo/ formativo, divulgação e memória”.

Esta iniciativa, num formato de workshops, pintura ao vivo e exposições, uma ideia que fervilhava há muito tempo na cabeça da docente e artista plástica Josefa Reis, inscrita no plano anual de atividades do ano letivo transato, estava planeada para assinalar no passado mês de junho, os 80 anos do ato de consciência de Aristides de Sousa Mendes, integrando a 2ª edição do “(Re)viver o Passal … com Angelina e Aristides”, mas devido às circunstâncias da atual Covid-19, foi reajustada na modalidade on-line, num abraço pela arte a este “Justo pelas Nações”. Lançado o desafio a artistas, escritores, escolas e a todos os que manifestassem vontade de abraçar esta causa acolheu grande recetividade. Materializámos, agora, neste espaço simbólico, uma mostra num conceito minimalista, marcando um ponto de partida da exposição, pois pretende-se que esta seja itinerante por vários lugares de memória do acolhimento de refugiados, para o que estamos a agilizar nesse sentido, com a colaboração de artistas participantes.  O próximo espaço a acolher esta exposição será o Núcleo de Escolas Primárias de Carregal do Sal, de onde seguirá para Viseu, em local a definir.

Pretende-se que esta configure uma ferramenta de reflexão para a sociedade civil, e permita um trabalho pedagógico a desenvolver com os alunos. Insere-se num conceito de exposição “aberta”, podendo ser acrescentados outros contributos nos locais que a irão acolher.

Evocando os saraus culturais frequentes de que esta Casa do Passal era palco, e como forma de tributo a Aristides Sousa Mendes e sua família, apreciadores da cultura, da arte e da música, o evento integrou um momento musical pela mão dos violinistas Francisco e Marta, ao que se seguiu uma leitura expressiva de poesia, da autoria de João Rasteiro, da Íris, da Dores do Carmo e da Josefa Reis e, pela voz da Laura (em representação dos alunos participantes),de estrofes do livro “O cônsul português em rimas de acentos humanitários”, de Hermínio da Cunha Marques, ao qual a organização deixou um reconhecimento pelo seu legado literário. 

Após a intervenção da Coordenadora Josefa Reis, que fez a ligação entre a palavra escrita e a arte, ferramenta por excelência para desenvolver a temática em apreço, seguiu-se uma interpretação das obras artísticas presentes e de outras participantes na exposição digital, pelo coorganizador Vítor Costa, numa eloquente e rigorosa explanação sobre a liberdade criativa dos artistas e os valores subjacentes à sua obra.

Em representação da Fundação Aristides de Sousa Mendes, além do Dr. Luís Fidalgo, estavam presentes os netos António Moncada Sousa Mendes e Gérald Sousa Mendes, que trouxeram à memória a história do seu avô, a diáspora da família em consequência do seu ato, reconhecendo o seu altruísmo e coragem e mostrando gratidão pelas diversas ações de homenagem. A finalizar e antes da livre fruição das obras artísticas em exposição, foi convidado o Senhor Vice-Presidente da Câmara Municipal a tomar a palavra, que enalteceu a iniciativa, valorizando a vertente da itinerância, o que possibilita, segundo este autarca, a justa homenagem e a reflexão sobre os valores cada vez mais necessária na sociedade atual.

A finalizar, a professora Dores do Carmo proferiu palavras de gratidão ao Agrupamento, na pessoa da Sra. Diretora, por acarinhar a iniciativa, e a instituições que deram o seu apoio, a Comissão Nacional da UNESCO e a Direção Geral da Educação, e à comissária Dra. Marta Santos Pais, do Programa “Nunca Esquecer”, dado que esta ação se insere neste programa nacional em torno da memória e da homenagem aos “Justos entre as Nações”, como o Cônsul Sousa Mendes. Agradeceu, também, aos que contribuíram para a concretização deste evento e a todos pela presença.

No final da sessão, foi realizada, de acordo com o planeado, uma homenagem junto ao jazigo da família, onde foi depositado um ramo de flores.

A equipa UNESCO, Dores do Carmo e Josefa Reis

Fotos-Josefa Reis














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