domingo, 1 de outubro de 2023

Exposição itinerante “Chamem-me Stefan”




Foi no passado dia 21 de setembro que teve lugar na Escola Secundária do Agrupamento de Escolas de Carregal do Sal, a inauguração da exposição "Chamem-me Stefan”. Acolhida através do projeto UNESCO "Dever de Memória - jovens pelos direitos Humanos", esta exposição, uma iniciativa da Fundação Aristides de Sousa Mendes, contou com o apoio do Instituto de História Contemporânea e foi financiada com apoio do Instituto Diplomático, teve a curadoria e investigação da historiadora Cláudia Ninhos, em colaboração com Leah Rozenfeld Sills.

O design e a conceção gráfica foram da autoria de Susana Rosmaninho e Pedro Azevedo (Rosmaninho+Azevedo Arquitetos). Pensada para a itinerância por diversos espaços públicos, tem como público-alvo preferencial a comunidade educativa do 3.º ciclo e o ensino secundário, uma vez que explora diversos tópicos relacionados com o Holocausto e a Segunda Guerra Mundial. O design e a conceção gráfica foram da autoria de Susana Rosmaninho e Pedro Azevedo (Rosmaninho+Azevedo Arquitetos). Pensada para a itinerância por diversos espaços públicos, tem como público-alvo preferencial a comunidade educativa do 3.º ciclo e o ensino secundário, uma vez que explora diversos tópicos relacionados com o Holocausto e a Segunda Guerra Mundial.

Esta exposição conta a história de vida de Stefan Rozenfeld, uma criança nascida no seio de uma família de origem judaica, que tinha 5 anos quando a Alemanha invadiu o seu país. Łódź, a sua cidade natal, foi ocupada pelos alemães, mas graças aos esforços do pai, que se encontrava no estrangeiro, Stefan e a mãe abandonaram o território polaco pouco antes da abertura de um gueto, onde a população judaica foi encarcerada.
Com um visto concedido, em Bordéus, pelo cônsul de Portugal, Aristides de Sousa Mendes, Stefan e os pais escaparam para os EUA, onde refizeram as suas vidas. No entanto, uma parte da família foi assassinada durante o Holocausto. 
Neste dia da inauguração, estiveram presentes familiares do homenageado, que se deslocaram dos EUA para o efeito e familiares de Aristides de Sousa Mendes, que foram acolhidos, pela Sra. Diretora do Agrupamento, Dra. Maria João Marques, na sala dos grandes grupos da escola anfitriã. Na cerimónia, foram proferidas palavras sobre a importância dos testemunhos visuais e verbais de quem viveu de perto este acontecimento marcante, a sua filha, Leah Rozenfeld Sills, que de forma emotiva, pela oportunidade de partilhar a narrativa com o público do Agrupamento, o primeiro espaço de acolhimento no nosso país, escolhido por se localizar no concelho natal do diplomata que salvou a sua família, vincou que, muito provavelmente, esta seria vítima do holocausto, como acabou por ser o seu tio-avô, Piotr Rozenfeld (Peter).

Sublinhou que tem para com o cônsul Sousa Mendes uma enorme dívida de gratidão, porque foi a sua coragem e bondade que permitiu a sua vida. Seguidamente, estendeu um agradecimento à ação da Sousa Mendes Foundation, liderada por Olivia Mattis, que tem primado por trazer à luz as histórias de vida de várias famílias de refugiados da 2ª Guerra Mundial, assim como à equipa do projeto UNESCO do AECS, constituída pelas docentes Josefa Reis, Dores do Carmo e Isabel Várzeas, pelo apoio incondicional para acolher esta iniciativa no AE de Carregal do Sal.

De seguida, a Dra. Cláudia Ninhos partilhou com o público presente, a forma como teve conhecimento desta história, explanando o que representa esta narrativa visual, a nível pessoal e como historiadora e a importância dos testemunhos e das fontes para a educação histórica, reiterando por fim, agradecimentos aos envolvidos.

Foram, ainda, proferidas palavras emotivas pela Dra. Adelaide Rocha, presidente da FASM, que realçou a importância de todo o trabalho desenvolvido por quem colaborou nesta excelente exposição, que pretende divulgar e recordar o ato de coragem deste “Justo entre as Nações”, frisando que os valores que lhe estão subjacentes devem ser objeto de reflexão junto das novas gerações, face ao mundo difícil em que vivemos. A Sra. Vice-Presidente da Câmara Municipal, em representação do Sr. Presidente, reiterou as palavras de apreço e gratidão dos anteriores palestrantes, reforçando que é uma honra acolher esta iniciativa no Carregal do Sal, afirmando que o município está disponível para colaborar no que estiver ao seu alcance.

A concluir a sessão de inauguração, foi oferecido, pela Diretora do Agrupamento, num ato simbólico de reconhecimento, a Gérald Sousa Mendes, neto de ASM e a  Leah Rozenfeld Sills, o emblemático elemento escultórico “Espiral da Memória-Aristides de Sousa Mendes”, da autoria da artista plástica Josefa Reis, que interveio para explicar a motivação e o simbolismo da obra. Após o lanche, servido na própria Escola, os convidados foram desafiados a realizar a pintura de um azulejo no Workshop “Mural – Ser Consciência”, um Livro de Honra em azulejo e em constante construção a várias mãos, que regista e preserva as mensagens deixadas pelos grupos que, através do projeto “Dever de Memória”, visitam o Agrupamento e lugares de memória no contexto da temática desenvolvida.

A exposição vai continuar o seu caminho pelas  escolas em Portugal. A colaboração da comunidade educativa é essencial para uma educação que se preconiza mais humanista!  

 Texto: Josefa Reis e Dores do Carmo

Fotos: Josefa Reis e Isabel Várzeas







Acolhimento do grupo Journey on the road to freedom 2023 e Exposição "SER Consciência 30/1000 por 1VIDA"

 




A “Journey on the road to freedom-23”, viagem organizada pela Sousa Mendes Foundation, com o objetivo de homenagear Aristides de Sousa Mendes, que contou, desta vez, com a participação de vários familiares de refugiados que receberam o visto deste diplomata, passou, como habitualmente, por Cabanas de Viriato e Carregal do Sal. Esta iniciativa teve novamente a colaboração da equipa do projeto “Dever de memória – jovens pelos direitos humanos” do nosso Agrupamento.

Assim, no dia 20 de julho, da parte da tarde, o grupo foi acolhido na Escola Básica Aristides de Sousa Mendes pela equipa do referido projeto, tendo estado presentes também alguns familiares do cônsul, António Moncada Sousa Mendes e esposa e Silvério Sousa Mendes e sua família. Neste espaço, após as boas-vindas pela coordenadora Dores do Carmo, ouviram a explicação da coordenadora Josefa Reis acerca do projeto e em particular sobre o “Tributo Aristides de Sousa Mendes – 50 anos de memórias”, erigido no espaço exterior deste estabelecimento aquando do cinquentenário da sua morte.
Seguidamente, o grupo envolveu-se com empenho e muito brio, registando mensagens de gratidão, de paz e de solidariedade, .no workshop artístico, desenho e pintura em azulejo, para dar continuidade à construção do “Mural da Consciência”, iniciativa criada nesta escola no âmbito do projeto.  Os participantes manifestaram uma enorme satisfação pelo trabalho pedagógico desenvolvido, que tem enfoque no humanista homenageado, nos valores e nos direitos humanos e pelo caloroso acolhimento na escola. Não podemos deixar de expressar uma palavra de gratidão à assistente operacional D. Julieta, incansável na colaboração.

No dia 22 de julho, este grupo participou na inauguração da exposição itinerante “SER Consciência…30/1000 por 1VIDA”, caminhos da MEMÓRIA, no Museu Municipal Santos Rocha, na Figueira da Foz, uma parceria com a Câmara Municipal desta cidade. A apresentação bilingue foi feita pelas alunas do Agrupamento de Escolas de Carregal do Sal, Laura Várzeas e Íris Figueiredo, que leram posteriormente, de forma expressiva, em português e em inglês, alguns poemas que integram esta atividade. Para além do grupo da SMF, estiveram presentes membros da família do cônsul, Silvério Sousa Mendes e família, o Presidente da Assembleia Municipal, vários artistas e entusiastas da causa, entre outros convidados. 

Após as palavras da vereadora Olga Brás, em representação do Senhor Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, cujo discurso se centrou na estada, nos anos 40, de refugiados nesta cidade, uma verdadeira “lufada de ar fresco” e na generosa hospitalidade dos figueirenses, foram esclarecidos sobre a motivação e contexto da atividade, pela voz da coordenadora do projeto, “Dever de Memória” Josefa Reis, que em breves palavras, adiantou que esta exposição contou novas participações de artistas que se juntaram a este “abraço pela arte” para lembrar o ato de Aristides de Sousa Mendes. 


Esta mostra foi reforçada pelas obras artísticas de Conceição Mendes, Rita Cardet, Daniela Alegria, Stefane Losse, Lauren Maganete, Christine F. LUZ, Paulo Marçalo, Manuel Xavier, Nuno Fonseca, Antonina e Ruslan. Para além destas, também a obra de Margarida Santos, uma escultora de referência e pioneira na questão de Sousa Mendes, deliciou o nosso olhar com as maquetes e o modelo original do busto de Aristides, implantado em 1994 na Praça Charles de Gaulle, em Bordéus (França). A visita à exposição proporciona-nos uma ferramenta para estudar o passado, refletir sobre o presente e prevenir o futuro, remetendo-nos para a célebre frase de Paul Klee “a Arte não reproduz o que vemos, ela faz-nos ver”.
  
Assim, enaltecida a valiosa contribuição de todos os artistas, que a título gracioso, corresponderam prontamente ao repto da equipa, em 2020, para evocar os 80 anos da ação do cônsul Sousa Mendes, foi proferido um agradecimento à CM da Figueira da Foz, ao abraçar esta iniciativa e a todo o staff envolvido na organização,  à Câmara Municipal de Carregal do Sal, representada pela Senhora Vice-Presidente, Isabel Azevedo, e pelo Chefe de Gabinete, Jorge Figueiredo, aos membros do projeto UNESCO, Isabel Várzeas e Helena Romão, esta última que esteve na génese deste projeto em 2013/14 com a docente Dores do Carmo e Josefa Reis, ao coorganizador Vítor Costa e ao Dr. Vieira Duque, representante da Fundação Dionísio Pinheiro e Alice Cardoso Pinheiro, de Águeda, que irá acolher a iniciativa a partir do dia 20 de setembro. 
Seguiu-se a oferta da escultura “Espiral da Memória”, uma peça de autor, ao Presidente da Câmara Municipal, Dr. Santana Lopes, que fez questão de se juntar à cerimónia e proferir eloquentes palavras sobre o homenageado, sendo ainda agraciados com a oferta deste elemento simbólico os familiares de portadores de vistos:

- FAMÍLIA HORWITZ, MARC SR. E MARIA CASSIER portador do visto Sousa Mendes.

- FAMÍLIA ROZENDAAL, ELIZABETE EAMES, filha de Agnes de Horst Rozendaal

- FAMÍLIA KAUFMANN, OWEN BOM, filho de Annelies Kaufmann, acompanhado de filhos e neto.

- FAMÍLIA FORTGANG, representada pela filha e filho de Hella Fortgang, portadora, com 95 anos.

Dores do Carmo e Josefa Reis

Fotos: Josefa Reis





quarta-feira, 12 de abril de 2023

Dia Internacional da Mulher - 8 de março

 


O projeto assinalou o dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, com a afixação em vários espaços da Escola Secundária, deste expressivo cartaz, da autoria da colega de equipa Josefa Reis, porque entende que enquanto houver desigualdades de género e não forem respeitados os direitos ad Mulher é necessário lembrar a origem da Comemoração deste dia.
Obrigada a todas as MULHERES que lutaram pela conquista dos direitos que hoje, nós mulheres, usufruímos.

#DeverdeMemória.

Parcerias do projeto - uma mais-valia pedagógica


Nos dias 13 e 15 de fevereiro realizaram-se duas palestras, uma proferida pelo Dr. António Moncada Sousa Mendes, neto do “Justo entre as Nações” Aristides de Sousa Mendes e outra pela Cookie Fischer (filha de uma refugiada salva pelo Cônsul Aristides Sousa Mendes), na Escola Secundária Alfredo Reis Silveira, de Seixal, uma iniciativa organizada pelo Prof. Edgar Rendeiro.
No dia 13 a turma do Curso de Artes Visuais de 10º ano do Agrupamento de Escolas de Carregal do Sal teve a oportunidade de assistir via online, numa parceria com o Projeto UNESCO "Dever de Memória" - jovens pelos Direitos Humanos, alicerçada em valores e paradigma pedagógico comuns.










terça-feira, 11 de abril de 2023

Apresentação do Livro Brisa de Verão, de Célia Cortez



O conto Brisa de Verão
Autora- Célia Cortez
Ilustradora- Josefa Reis


O conto Brisa de Verão, de Célia Cortez, teve a sua apresentação, dia 2 de abril, Dia internacional do livro infantil, na Biblioteca Municipal de Carregal do Sal. Um conto com ilustrações da artista Josefa Reis e das suas palavras na referida cerimónia registámos o agrado com que abraçou este desafio lançado pela autora,  o que justificou pela conexão entre esta narrativa e a temática do projeto Dever de Memória, e particularmente, pelo exemplo de Aristides de Sousa Mendes, foco deste projeto pedagógico que desenvolvemos no Agrupamento.
Este momento foi abrilhantado com música por alunos do CMAD e com uma sessão de leitura por alunos do Agrupamento, uma tarde inolvidável, a promover o livro e o gosto pela leitura.
Citamos a artista acerca da sua criação:
 
"O desafio de ilustrar tão simbólica história, que espelha tão bem a realidade dos REFUGIADOS, foi para mim um privilégio, ainda mais sendo acolhida no concelho do Humanista Aristides de Sousa Mendes, que tanto fez por essa causa, um livro que nos faz refletir sobre valores intemporais e que tantas vezes são atropelados.
Que "Samira" , seja norteadora de esperança e novos começos, para todos". Josefa Reis