domingo, 7 de dezembro de 2025

 

       


VR4Empathy: Empatias e …  Realidade Virtual!

 

 

No âmbito da capacitação de docentes, foi dinamizado pela Direção-Geral da Educação, com o apoio do Agrupamento de Escolas de Carregal do Sal e do Museu Aristides de Sousa Mendes, no passado dia 29 de novembro, uma ação de formação de curta duração (AFCD) de 6 horas, denominada VR4Empathy, a docentes do Agrupamento de Escolas de Carregal do Sal, escolhido como escola piloto para acolher esta iniciativa, representando um privilégio e mais-valia na formação educativa e pedagógica.

Assim, o início dos trabalhos, deu-se pela receção dos presentes nas palavras da Diretora do Agrupamento, Dr.ª Mª João Marques, do representante do Museu ASM, Dr. Bruno Elias e do representante do Município, Dr. José Batista, às quais se seguiram as considerações da Dr.ª Paula Pereira da DGE, formadora, e da Dr.ª Marília Ramalho que abriu sessão para a exploração da temática motivadora da formação.

Assim, a formadora começou por partilhar o contexto do Projeto VR4Empathy, iniciado no final de 2023 que reúne para além de Portugal, a Eslovénia, a Grécia e a Dinamarca com a empresa KHORA, consórcio a desenvolver o WP3 e filmes de Realidade Virtual.

Referiu que o projeto tem enquadramento no Programa Erasmus+ “Parcerias para a Inovação – Projetos Orientados para o Futuro”, no domínio da Educação Digital e tem como principal objetivo desenvolver competências e proporcionar recursos e formação aos professores, baseados em Realidade Virtual, com o propósito de promover a empatia cognitiva dos alunos e potenciar as suas experiências de aprendizagem.  Referiu as várias fases desenvolvidas, desde a produção dos guiões para a RV por parte de professores de Portugal, da Grécia e da Eslovénia orientados por parte dos Ministérios da Educação destes países, e orientados por temas transversais para futura partilha e divulgação, que vão desde a arte, a cultura, a biodiversidade/sustentabilidade e os Direitos Humanos.

Desta forma, o tema escolhido e explorado por Portugal foi “Os refugiados durante a 2º Guerra Mundial - Holocausto”, com foco nos Heróis da Humanidade - honrando os Justos entre as Nações, no qual se centrou o nosso Humanista Aristides de Sousa Mendes e a sua ação Humanitária em contexto da 2ª Guerra Mundial e Holocausto.

O desafio lançado em 2024 pela DGE ao Projeto UNESCO do AECS “Dever de Memória”, contou com a participação nas gravações dos filmes de 4 alunos do 9ºano, nomeadamente, Leonor Figueiredo, Beatriz Coelho, Simão Pedro Rodrigues e Rafael Almeida, acompanhados pela docente Josefa Reis, que partilharam em visita guiada o “Tributo ASM” 2004 (Re) visitar Sousa Mendes”, edificado na EB ASM, num conjunto escultórico impar no Pais, fazendo através da arte , uma sumula da vida deste herói local e que representa um projeto educativo desenvolvido por toda a comunidade escolar.

Para além deste vídeo, foram realizados também outros com a participação do Museu Aristides de Sousa Mendes, o museu Fronteira da Paz de Vila Formoso, o Arquivo Diplomático de Lisboa e o testemunho de Cookie Fischer, descendente direta de um visto deste Humanista.

Os trabalhos decorreram durante todo o dia, foram testados os equipamentos audiovisuais e outras ferramentas além dos planos de aula para usar em contexto, o grupo teve direito a um simpático coffee break ofertado pela CMCS e pela tarde, foi gentilmente convidado pela Junta de Freguesia de Cabanas de Viriato, para participar na abertura do mercadinho de Natal, brindando com um Dão de Honra à época que se aproxima e aos valores inerentes. Para fechar sessão, foi partilhado num caloroso testemunho pela Cookie Fischer, a história de vida de sua mãe, Adèle (Ada) Van den Bergh, uma sobrevivente do Holocausto que foi salva graças ao Justo entre as Nações Aristides de Sousa Mendes, num cruzar de vivências sobre a temática dos Refugiados.

Um agradecimento a todos os que fazem acontecer, pois…  

 "A educação é a arma mais poderosa que se pode usar para mudar o mundo." 

 (Nelson Mandela)

Texto- Josefa Reis

Fotos/Josefa Reis e Isabel Várzeas


 




 




O sentido da TOLERÂNCIA em tempos de INTOLERÂNCIA…com Noémia Novais e

  "Até as guerras têm Regras”

 

 Para  assinalar, em antecipação, o Dia Internacional da Tolerância que se celebrou a 16 de novembro, realizou-se o “Encontro de autor” no MASM, com a Dr.ª Noémia Malva Novais , que nos partilhou reflexões sobre o seu recente livro, "Até as guerras têm regras ", o sentido da tolerância em tempos de intolerância, numa partilha de saber para uma plateia atenta , a turma do 12º ano do curso de Artes e Humanidades do AECS e público presente.

Está iniciativa, promovida no âmbito do projeto UNESCO "Dever de Memória" do Agrupamento de Escolas de Carregal do Sal contou com a parceria do Museu Aristides de Sousa Mendes e, serviu o alavancar do poder das empatias num contexto de promoção de um mundo melhor e de Paz.

O local escolhido foi de excelência, um berço para uma partilha do vasto currículo da palestrante, doutorada em Ciências da Comunicação, especialidade de Comunicação e Ciências Sociais, mestre em História Contemporânea e licenciada em História (investigação e ensino), que exerce atualmente a função de consultora de comunicação social e política, salientando que o seu trabalho académico foi distinguido com o Prémio Aristides de Sousa Mendes da Associação dos Diplomatas Portugueses (1.ª menção especial 2004) entre outras distinções no âmbito da temática dos Direitos Humanos da criança, pela UNESCO.

Dadas as boas-vindas, o ponto de partida foi precisamente recuar ao passado, referindo empatias e amizades que nascem em contexto escolar e que se cruzam nas temáticas partilhadas na vida…vivia-se o 12º ano da turma que uniu a Dr.ª Noémia e Josefa Reis, coordenadora do Projeto UNESCO “Dever  de Memória” do AECS, numa analogia ao grupo de alunos presentes, ativos e potenciadores de um sentido critico mais apurado e premente nas questões de cidadania.

O livro focado num tempo que medeia 2022 e 2024 onde, a primeira crónica, intitulada “A primeira vítima da guerra é a verdade” publicada a 16 de março de 2022, apenas 20 dias depois da invasão da Ucrânia, e a última, publicada a 18 de julho de 2024, com o nome de, “Sim, até as guerras têm regras”, é palco para as várias intervenções em torno da violação dos Direitos Humanos, que será mote do trabalho a desenvolver na disciplina de Português entre outras.

Assim, houve leitura de uma crónica por uma aluna, música de António Pinho Vargas, reflexão, questões, respostas e muita vontade de continuar a partilhar pensamento de paz, empatia e tolerância, que nos pequenos gestos, criam grandes momentos. Houve intervenções e partilhas de vivencias pessoais, que unem tempo espaço numa perspetiva intercultural.

Nas palavras da Dr.ª Noémia, “A simpatia dos alunos e professores aqueceu-me a alma e fez-me sentir que nasci, passe a imodéstia, para comunicar. Na verdade, para que serve o conhecimento se não for para partilha com quem mostra interesse. Foi uma tarde que renovou a minha esperança no contributo que cada um, cada uma, de nós pode dar para uma humanidade mais fraterna. Os tempos estão sombrios, mas a luz, embora ameaçada, permanece acesa.”

Foi um encontro de grande partilha de Saber e afetos! Se no universo individual pensarmos que “Até as Guerras têm regras” o coletivo será mais feliz e promotor de Paz no mundo, pois a tolerância não é indiferença nem indulgencia, mas respeito e empatia pelo outro.

Um agradecimento a todos os presentes , ao Dr Jorge Figueiredo em representação do Município, ao Dr Bruno Elias, em representação do MASM , a Drª Mariana Abrantes e Cookie Fischer da SMF, aos alunos, professores , equipa Unesco e público em geral.

Assim se cumpriu, mais um momento onde estudar o passado, para compreender o presente e perspetivar o futuro, com foco na tolerância, serve para alavancar do bem-estar social.

Texto-Josefa Reis

Fotos- Josefa Reis e Isabel Várzeas

 









 



 


            “Testemunhos da Memória” com Della Peretti e Gérald Sousa Mendes”

 

Dia 17 de outubro, no âmbito da iniciativa “Testemunhos da Memória” do Projeto UNESCO “Dever de Memória” do AECS, foi dia de ...

 

- Ouvir o testemunho de Della Peretti, descendentes de uma portadora de Visto de Aristides de Sousa Mendes, convidada à EBASM do Agrupamento de Escolas de Carregal do Sal por Gérald Sousa Mendes, neto do nosso Humanista, e que de forma eloquente nos falou do seu avô Aristides!

Perante uma plateia interessada e curiosa, Della partilhou em inglês, a história de seus pais e avós aquando do conflito da 2ª Guerra que tomava território pela Europa, onde a chegada a Portugal, fez-se pela assinatura de Aristides de Sousa Mendes, de entre + 5 conseguidas e canceladas na tentativa de fuga.

Com Gérald, tivemos oportunidade de conhecer Aristides de Sousa Mendes numa vertente familiar, recordando um homem com características de bom humor e afável!

- Estreitar parcerias com o Museu Aristides de Sousa Mendes, na presença da Diretora do MASM, Dr.ª Joana Pais e Dr. Bruno Elias, presentes nesta partilha de saber, a quem partilhamos dinâmicas desenvolvidas em prol da construção de um mundo melhor e de Paz, nas várias iniciativas do Projeto “Dever de Memória”.

- Participar no " Mural da Consciência..." dando asas à criatividade e ao seu "artista" interior, participando no workshop de pintura em azulejo, desafio lançado aos presentes.

- Promover empatias, num caloroso “chá das 5"orientado pelas coordenadoras da EBASM Eunice Duarte e Filipa Neves., com o precioso cuidado da D Julieta, a quem agradecemos.

- Elogiar a postura das turmas envolvidas (7E, 8D e 9E) como plateia interessada e participativa! Os alunos tiveram oportunidade de, a partir da história de Aristides de Sousa Mendes, fazer as suas reflexões sobre a atualidade, o que desde sempre se faz. A Dinâmica do projeto "Dever de Memória do Agrupamento de Escolas de Carregal do Sal recai precisamente nesta filosofia, estudar o passado, para entender o presente e perspetivar o futuro. Qualquer que seja o povo sofredor, é referenciado nestas abordagens, porque assistimos cada vez mais a uma valorização de " não valores', subestimando os valores.

O contacto com a história e testemunhos reforça a empatia e proximidade, nem todos os Vistos de Aristides Sousa Mendes eram judeus, apenas 1/3, e muitos que tardiamente conheceram a sua história, vêm a Cabanas de Viriato em sinal de agradecimento e homenagem., o que se torna uma celebração da vida!

 

 ...e agradecer a todos os que fazem acontecer

                                                                                                                                             Texto-Josefa Reis

Fotos- Josefa Reis, Isabel Várzeas, Della Peretti e Geral Mendes