quinta-feira, 22 de maio de 2025

O holocausto e o livro My Sister´s Eyes

 



Assumindo o compromisso com o dever de memória e com a partilha de conhecimento, nomeadamente das possibilidades de ferramentas de trabalho sobre a temática do holocausto e a divulgação do ato de coragem e altruísmo de ASM, enfoque do projeto UNESCO do AECS “Dever de Memória-jovens pelos direitos humanos”, a equipa recebeu, recentemente, a oferta de 9 exemplares do livro My Sister’s Eyes, da autora da norte-americana Joan Halperin, membro da Sousa Mendes Foundation e filha de um casal de refugiados polacos portadores de um visto, emitido em 1940 em Bordéus pelo Cônsul Sousa Mendes, o que lhes permitiu viver em liberdade nos EUA, após passar por um campo de refugiados na Jamaica.

O objetivo da doação é a apresentação deste livro, que conta a história de como a sua família foi salva pelos vistos de Aristides Sousa Mendes, bem como sobre a parte da sua família que foi perdida, com o apoio de diversificado material didático sobre o tema, em workshops dinamizados pela equipa, destinados aos professores que, no âmbito da visita, ao Museu ASM, em Cabanas de Viriato, sejam acolhidos na EBASM e manifestem interesse em trabalhar a temática com os seus alunos a partir deste livro que lhes será oferecido. A autora disponibilizou-se, também, para realizar sessões por videoconferência para os alunos envolvidos.

Uma palavra de gratidão à Joan Halperin, pela generosa oferta, e ao Dr. Malafaia, da Figueira da Foz, fiel depositário dos livros, e à colega Helena Romão que os fez chegar à equipa.

#DeverdeMemória.

Dores do Carmo e Josefa Reis

Flash da Memória - Homenagem ao Mestre José Ruy

 

Com o objetivo de lembrar o mestre José Ruy, a 9 de maio, dia em que faria 95 anos,  teve lugar, no Museu Aristides de Sousa Mendes, em Cabanas de Viriato, a homenagem a este artista, que para além de pintor, ilustrador e autor de banda desenhada, considerado um dos autores da Idade de Ouro da banda desenhada portuguesa, entre as décadas de 1940 e 1960, foi um grande entusiasta da causa Aristides de Sousa Mendes, um verdadeiro embaixador deste herói em várias escolas de norte a sul do país, assim como no estrangeiro, perpetuando a história do seu humanismo e levando o nome do Município de Carregal do Sal além fronteiras. 



Esta iniciativa, unindo vontades da Câmara Municipal de Carregal do Sal, do Agrupamento de Escolas de Carregal do Sal, através do projeto UNESCO “Dever de Memória” e da editora Âncora, pretendia promover um encontro de afetos, num formato informal de tertúlia no sentido de homenagear e cumprir um dever de memória deste admirador de ASM e que tão bem soube divulgar a sua ação no livro “Aristides de Sousa Mendes, herói do holocausto”.




Honrou-nos a presença da esposa, D. Fernanda Pinto, e da filha, Teresa Pinto, a quem muito agradecemos, e que mostraram enorme satisfação na organização desta homenagem, assim como alguns convidados: o Chefe de Gabinete do Presidente da CM, Dr. Jorge Figueiredo, a Presidente da Assembleia Municipal, Dra. Cilene Lindinho, a Dra. Mariana Abrantes, em representação da SMF, a Cookie Fischer, descendente de uma refugiada portadora de um visto emitido pelo cônsul e uma plateia constituída por alunos da EB ASM e entusiastas da causa.


Apresentado o alinhamento do encontro, seguiu-se o visionamento de um filme biográfico, intitulado “Uma forma de Respirar” com entrevista ao Mestre José Ruy, realizado por Manuel Monteiro e guião de Paulo Monteiro, presidente do Clube Português de Banda desenhada, que quis associar-se a esta iniciativa, e que serviu de motivação para a tertúlia que se iniciou pelas palavras da Vice-presidente da CM, Isabel Azevedo, que enalteceu todo o trabalho dedicado do mestre José Ruy e do legado cultural de mais de 52 álbuns de BD e 30 livros, bem como de inúmeras ilustrações em publicações e jornais ao longo da sua longa carreira profissional, reforçando o privilégio de ver a história de Aristides de Sousa Mendes retratada nessa herança cultural, por tão singular artista!


Seguiu-se a intervenção da Diretora do Agrupamento, Dra. Maria João Marques, que reteve, da presença virtual do homenageado, o seu rigor e dedicação em cada obra e a capacidade de entrega, que se faz com alma de quem realmente “respira” através da 9ª arte, reiterando a importância deste contributo nesta linguagem artística, que foi corroborada pela D. Fernanda, acrescentando que o mestre José Ruy gostava de estar entre os alunos a partilhar o seu saber.

Coube ao Dr. Batista Lopes, da editora Âncora, partilhar com os presentes momentos únicos da longa amizade e a forma como nasceu a obra “Aristides de Sousa Mendes- Herói do holocausto” editada em 2004, traduzida em hebraico, inglês e francês, e reeditada recentemente com a atualização e acrescento de mais 5 pranchas para a inauguração do Museu ASM, a 19 de julho de 2024.

Foi através das palavras carinhosas sobre o mestre José Ruy proferidas pela coordenadora do projeto UNESCO “Dever de Memória” do AECS, Josefa Reis, que ficámos a conhecer o processo artístico e os desafios explanados nesta narrativa visual e na recente atualização, na qual esteve ativamente envolvida. O autor retratou momentos e tributos locais e nacionais a este humanista, culminando no reconhecimento do nosso país, em 2021, de Honras de Panteão Nacional, a este Homem que marcou a história da humanidade.

O encontro de afetos, estendeu-se numa conversa aberta que fluiu à volta da obra, do autor, do seu talento e das suas qualidades, em doces e gratas memórias do homenageado de vários admiradores presentes, entrelaçadas com alguns, oportunos e carinhosos, comentários da viúva. 

Foi mais uma atividade que nos encheu a alma, por ser tão justa e merecida, mas também por ter sido ao jeito do que o Mestre, simples e afetuoso, apreciaria, neste local, que tanto sonhou inaugurar!

O nosso Bem-Haja a todos os que fizeram acontecer, nomeadamente a toda a equipa do Museu ASM que agilizou a logística e preparação do evento.





















Texto: Dores do Carmo e Josefa Reis

Fotos: Josefa Reis, Dores do Carmo e Isabel Várzeas

 

sábado, 22 de março de 2025

"SER Consciência...30/1000 por 1 VIDA"- Caminhos da Memória - Pousada de Viseu

 

“O mundo gira, quando da vontade se faz ação”


Foi assim no passado dia 10 de março a inauguração da Exposição Coletiva itinerante de Arte Contemporânea "SER Consciência...30/1000 por 1 VIDA"- Caminhos da Memória, uma homenagem a Aristides de Sousa Mendes, que estará patente na Pousada de Viseu até ao próximo dia 30 de abril.
O encontro, neste espaço maravilhoso, onde uma centena de obras de artistas continua a criar um abraço pela arte desde 2020, a quem tanto fez pela humanidade, Aristides de Sousa Mendes, deu-se pelas 18 horas, momento onde os presentes tiveram oportunidade de ouvir as palavras eloquentes do Sr. Presidente da Junta de Viseu, Dr. Diamantino Santos, promotor desta iniciativa nesta cidade e que reforçou, o quanto era honroso associar-se a este tributo ímpar, relembrando que Aristides de Sousa Mendes foi um diplomata português que durante a II Guerra Mundial salvou milhares de vidas da perseguição nazi, em 1940, no que é considerado como a maior ação de salvamento empreendida por uma pessoa individual.


Seguiram-se os discursos do Sr. Presidente da CM do Carregal do Sal, Dr. Paulo Catalino, da Vereadora da CM de Viseu, Dra. Leonor Barata e da Diretora do Agrupamento de Escolas do Carregal, Dra. Maria João Marques que enalteceu o homenageado e os seus feitos, referindo que as linhas orientadoras do projeto Educativo deste Agrupamento, teriam sempre de estar alinhadas com os valores emanados do exemplo de Aristides Sousa Mendes e que esta é uma iniciativa do Projeto UNESCO “Dever de Memória-jovens pelos Direitos Humanos”, a decorrer desde 2020 pela iniciativa de Josefa Reis, enquanto artista plástica e atual coordenadora do referido projeto e restante equipa, Dores do Carmo e Isabel Várzeas, materializando desta forma a abordagem do reconhecimento do Cônsul, num percurso de mãos dadas entre a História e as Artes.


Há muitas linguagens para falar dos feitos de ASM, mas esta é universal, como os valores que por ele foram perpetuados. Assim, a itinerância da exposição “SER Consciência …30/1000 por1VIDA” - caminhos da MEMÓRIA, iniciou-se no dia 11 de outubro de 2020, na Casa do Passal, residência do Cônsul Aristides Sousa Mendes, em Cabanas de Viriato, num conceito minimalista de um dia, concretizando o objetivo que esta configure, no seu percurso, uma ferramenta de reflexão na sociedade civil e educativa, com a pretensão que esta regresse ao seu ponto de partida, a Casa do Passal, atualmente Museu Aristides de Sousa Mendes, recentemente inaugurado, que acolherá a próxima itinerância, fechando assim este abraço pela arte.


Para finalizar o evento, foi servido no espaço do Claustro daquela Pousada, um Dão de Honra ao som das melodias tocadas a piano pela Iris Reis Figueiredo, aluna do Curso de Artes do Agrupamento e que gentilmente aceitou o convite de última hora do Dr. Francisco Marques, membro da JF de Viseu, a quem agradecemos a gentil e encantadora prestação artística.

De lembrar que ao longo de cinco anos, esta mostra foi crescendo, num conceito aberto, acrescentando municípios e artistas em parceria nestes caminhos de memória. Um agradecimento ao artista Plástico Victor Costa por abraçar o convite desde o inicio e, à recente parceria com a Fundação Dionísio Pinheiro e Alice Cardoso Pinheiro que manteve esta coleção de arte guardada por vários meses, com a dignidade e cuidado que a Arte exige, e intermediou o seu transporte até ao espaço atual, tal como o trabalho fotográfico de grande parte das obras; à junta de Freguesia de Viseu que acolheu a iniciativa, na pessoa do seu Presidente Dr. Diamantino Santos; ao Sr. Presidente da CM do Carregal do Sal, Dr. Paulo Catalino, à Vereadora da CM de Viseu, Dra. Leonor Barata; à Diretora do Agrupamento de Escolas do Carregal, Dra. Maria João Marques e à Pousada e sua Diretora que acolhe esta exposição graciosamente.
Finalmente gratidão aos artistas, que nos brindam com a sua arte, num diálogo de empatias e afeto explanado no belíssimo catálogo que orienta a exposição.
Por fim, a Isabel Várzeas e Dores do Carmo por fazerem acontecer com o projeto "Dever de Memória"- Jovens pelos Direitos Humanos.
Um bem-haja a todos.

                                                                                                                          #DeverdeMemoria

Texto e fotos: Josefa Reis

Homenagens a Aristides de Sousa Mendes


 

No dia 6 de março assinalou-se, em Cabanas de Viriato, mais uma evocação da ação humanitária de Aristides de Sousa Mendes, porque todas as homenagens são merecidas. Antecedendo a visita do Grão-Duque Henri do Luxemburgo e do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, ao Museu Aristides de Sousa Mendes, teve lugar a inauguração do monumento à Memória do Gesto Humanitário do Cônsul, na rotunda sul da vila, cuja placa foi descerrada na presença das individualidades - a Presidente da Assembleia Municipal, Cilene Lindinho, o Senhor Presidente, Paulo Catalino Ferraz e a Vice-presidente, Isabel Azevedo, da CM de Carregal do Sal, a Presidente da CCDR, Isabel Damasceno e o autor da obra, o escultor Fernando Crespo. A cerimónia contou, também, com a presença de Nuno Seabra, Presidente da Junta de Freguesia de Cabanas de Viriato, convidados e populares que se associaram ao evento.


A equipa UNESCO “Dever de Memória – jovens pelos direitos humanos”, convidada para estes eventos, registou com grande satisfação o valor simbólico deste monumento na entrada sul da terra onde nasceu este “Justo entre as Nações”.

Seguiu-se a visita do Grão-Duque Henri do Luxemburgo ao Museu Aristides de Sousa Mendes, acompanhado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pela  embaixadora daquele país, por familiares de Aristides e por Cookie Fischer, descendente de uma portadora de visto passado pelo Cônsul, outro momento deste dia carregado de emoção e de simbolismo, por se revestir do reconhecimento e da gratidão deste visitante ao Cônsul, que emitiu vistos à família grã-ducal, em 1940, nomeadamente à avó do Grão-Duque, a Princesa Charlote do Luxemburgo. Os chefes de Estado, foram conduzidos demoradamente numa visita guiada a este espaço de memória do humanista.


Na sala dedicada aos refugiados salvos pelos vistos emitidos pelo Cônsul, o Grão-Duque foi convidado a assinar o Livro de Honra. De sublinhar, que há algum tempo atrás o Grão-Duque fez chegar a este Museu a mala com que a família real viajou na época, que passou a constar do seu acervo.

Esta visita concluiu-se com a assinatura de um Protocolo de Cooperação e Amizade, entre a comuna de Esch-sur-Alzette, através da comitiva que acompanhou o Grão-Duque e a Câmara Municipal de Carregal do Sal, o que permitirá aos dois municípios “trocar informação e partilhar conteúdos, nomeadamente levar a exposição de Aristides até àquela cidade e receber exposições temporária no Museu ASM”.


Um grupo de alunos do CMAD, que frequentam o Agrupamento de Escolas de Carregal do Sal, animaram, de forma exímia, esta receção com música e canções, nomeadamente “Queda de um Império” de Vitorino, tornando o momento ainda mais emotivo.

Já no exterior, o Grão-Duque ofereceu uma roseira, trazida do Luxemburgo, a Paulo Catalino Ferraz, a fim de ser plantada no jardim, junto a outras roseiras oferecidas pela embaixada do Luxemburgo em Portugal.

Esta foi mais uma vivência emotiva de preservação da memória do ato do Cônsul que por razões de humanidade e imperativo de consciência desobedeceu a ordens do governo.

Cumprido um #deverdememória.

 Texto: Dores Fernandes e Josefa Reis

Fotos: Josefa Reis









quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Dia da tolerância e da UNESCO

“A tolerância é a melhor das religiões.”
Victor Hugo


No passado dia 15 de novembro realizou-se uma atividade dinamizada pelo Protejo UNESCO “Dever de Memória, jovens pelos direitos Humanos” do AECS, que contou com a presença do escritor e psicólogo, Dr. Ricardo Fonseca Mota.

Assim esta atividade, inserida no PAA do projeto UNESCO do nosso Agrupamento, visou assinalar o Dia da Tolerância e da UNESCO, que se comemora todos os anos a 16 de novembro desde que foi aprovada pelos estados-membros da UNESCO, após a celebração, em 1995, do Ano das Nações Unidas para a Tolerância, promovendo o bem-estar, progresso e liberdade de todos os cidadãos, assim como fomentar a tolerância, respeito, diálogo e cooperação entre diferentes culturas, povos e civilizações.





Nas palavras do Vice-Diretor Rui Fidalgo, foi feito o acolhimento do orador às quais se seguiram as da coordenadora do projeto UNESCO, Josefa Reis, que fez o enquadramento da iniciativa e apresentação do autor, jovem escritor português. ficcionista, poeta e dramaturgo, formado pela Universidade de Coimbra em Psicologia Clínica, iniciou o seu percurso literário com a publicação do seu primeiro romance “Fredo, que venceu por unanimidade o Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís em 2015.




Assim, no contexto da rubrica “Encontros de Autor…”, num diálogo claro, o autor partilhou o seu saber, orientando a palestra na temática da Tolerância, Refugiados e Direitos Humanos….para a qual, foram selecionadas 4 turmas do secundário nomeadamente as turmas do 10º C, 11ºB, 12ºA e 12ºD, acompanhados com os respetivos professores, que assistiram a uma eloquente partilha sobre o percurso de vida do autor e motivação literária, nas várias obras publicadas.

O enredo do seu primeiro romance “Fredo”, que conta a amizade improvável de um refugiado da 2ª Guerra Mundial com um menino, unidos por um gosto comum, o xadrez, um livro de empatias, valores patentes na questão da tolerância, assente na intelectualidade e no espírito crítico perante todos as situações da vida, foi o ponto de partida para várias reflexões sobre a nossa postura social, ética e o almejar da Felicidade.

No final da sessão, foi aberto debate sobre várias questões pertinente e atuais, seguidas de sessão de autógrafos, uma vez que presente estavam várias obras do autor, facultadas pela professora Bibliotecária do Agrupamento, professora Célia Cortez, que acompanhou a sessão.
Como agradecimento foi oferecido o elemento “Espiral da Memória – Aristides de Sousa Mendes.”, uma forma de selar este encontro de afetos.

A todos, um bem-haja.

Texto e fotos- Isabel Várzeas e Josefa Reis