terça-feira, 19 de julho de 2022

Acolhimento do Grupo do projeto Erasmus+ “Human Right (to take action)” pelo “Dever de Memória- jovens pelos direitos humanos” na Casa do Passal

 


O dia 2 de junho ficou registado nos anais dos projetos UNESCO e Erasmus+, o grupo de estudantes intervenientes neste último projeto subordinado ao tema “Human Right (to take action)”, do nosso Agrupamento e do Stedelijk Dalton College Alkmaar (Países Baixos), foi recebido pela equipa UNESCO na Casa do Passal, onde tiveram oportunidade de ouvir uma palestra sobre a ação de Aristides de Sousa Mendes, dinamizada pelas coordenadoras do referido projeto, Dores Fernandes e Josefa Reis. O painel foi constituído, também, pela Mariana Abrantes, da Sousa Mendes Foundation, e pela Cookie Fischer, descendente de uma portadora de visto do cônsul, que traduziram para inglês a referida palestra. Após a sessão, os alunos visitaram este espaço emblemático, assim como o Cristo Rei, que brinda com enorme beleza a paisagem envolvente da Casa do Passal, e deslocaram-se rumo à EB Aristides de Sousa Mendes, numa animada caminhada. Neste espaço, os alunos realizaram uma visita, guiada pela Professora Josefa Reis, ao Tributo a Aristide de Sousa Mendes, um conjunto escultórico formado por 10 elementos singulares em azulejo, construído no exterior da Escola, aquando do cinquentenário da sua morte, que serviu para introduzir a técnica e a motivação para a concretização de projetos artísticos deste tipo. Após o almoço, alunos e professores, divididos em grupos, tiveram oportunidade de participar num workshop artístico, pintura em azulejo no contexto da temática comum de ambos os projetos, tendo em vista a continuidade do Mural "SER Consciência…", um livro de honra, feito em azulejo e a várias mãos, sem epílogo, pois é uma edição em constante construção e patente no hall daquela escola.




Esta atividade de desenho e pintura em azulejo, um projeto da autoria e orientação da docente Josefa Reis, no âmbito do projeto UNESCO, "Dever de Memória", pretende preservar as mensagens que os grupos visitantes à Casa do Passal e a outros lugares de memória, registam motivados na história de Aristides de Sousa Mendes, humanista natural de Cabanas de Viriato e patrono deste estabelecimento. Neste “Mural da Consciência”, encontramos mensagens de portadores e de descendentes de refugiados que receberam vistos, em 1940 em Bordéus, e que nos visitam no contexto da viagem “Journey on the Road to Freedom”, organizada pela Sousa Mendes Foundation, presidida por Olivia Mattis, também ela descendente de portador de um visto, entre outras visitantes. 

Esta atividade de desenho e pintura em azulejo, um projeto da autoria e orientação da docente Josefa Reis, no âmbito do projeto UNESCO, "Dever de Memória", pretende preservar as mensagens que os grupos visitantes à Casa do Passal e a outros lugares de memória, registam motivados na história de Aristides de Sousa Mendes, humanista natural de Cabanas de Viriato e patrono deste estabelecimento. Neste “Mural da Consciência”, encontramos mensagens de portadores e de descendentes de refugiados que receberam vistos, em 1940 em Bordéus, e que nos visitam no contexto da viagem “Journey on the Road to Freedom”, organizada pela Sousa Mendes Foundation, presidida por Olivia Mattis, também ela descendente de portador de um visto, entre outras visitantes.

O ato de consciência de Aristides de Sousa Mendes motiva os participantes para este registo, em formato de workshop, de mensagens de gratidão ou de esperança, escritas ou desenhadas em pequenos azulejos de 15x15cm, em prol da construção de um mundo melhor e de paz, formando assim um livro de honra singular! A Arte ao serviço da Memória, para que esta não se APAGUE!

A tarde foi preenchida com um testemunho de memória, dinamizado pela Cookie Fischer, que contou a história de salvamento da sua mãe, Adele Van Den Bergh, que recebeu o visto da mão de ASM, em Bayonne, abrindo a possibilidade de continuação da sua vida em liberdade. A oradora abordou, ainda, a temática da interculturalidade e dos valores do respeito e da empatia pilares fundamentais para a construção de um mundo mais humanista e pacífico.

Foi um dia cheio de atividades emotivas e entusiásticas, em prol dos direitos humanos, tendo o humanista de Cabanas de Viriato como exemplo a seguir na vida destes jovens, mas também de estreitamento de relações interpessoais e de laços de amizade no grupo participante neste projeto.



 

Dores do Carmo e Josefa Reis

Fotos-Grupo participante, CMCS, Josefa Reis




Professor Mordecai Paldiel profere Palestra sobre Aristides de Sousa Mendes

 


A palestra do dia 10 de maio, na EB Aristides de Sousa Mendes, ficou nos anais do projeto “Dever de Memória - jovens pelos direitos humanos” para memória futura e, estamos em crer, que também terá marcado os alunos do 3º ciclo deste estabelecimento. Não é sempre que temos o privilégio de participar numa conferência dinamizada por um ilustre orador. O Professor Mordecai Paldiel é um historiador norte-americano, antigo Diretor do Departamento dos Justos do Yad Vashem (Memorial para a lembrança dos heróis e vítimas do holocausto, em Jerusalém) e atualmente membro do Conselho de Administração da Sousa Mendes Foundation. Encontrando-se em visita ao nosso país, deslocou-se a Cabanas de Viriato, para conhecer a Casa do Passal e manifestou interesse em conhecer, também, o trabalho desenvolvido no âmbito do projeto UNESCO sobre esta temática, tendo-se disponibilizado para proferir uma palestra destinada aos alunos da Escola Básica ASM.

A visita do Professor iniciou-se com o percurso através do Tributo ASM no exterior da Escola, tendo como guia a Professora Josefa Reis, membro da equipa UNESCO. Este conjunto escultórico impressionou-o pelo seu simbolismo, tecendo, por isso, um enorme elogio à sua execução por envolver toda a escola, e, por conseguinte, criar um clima de sensibilização e divulgação do ato do cônsul natural de Cabanas de Viriato.


Seguiu-se a conferência destinada aos alunos, na qual o palestrante começou por abordar o dilema de Sousa Mendes: a decisão a tomar face ao sofrimento humano, com que se deparou, em 1940, na cidade de Bordéus e por outro lado o dever de obediência, no âmbito das suas funções, a leis que considerava contra a humanidade. A sua consciência ditou a obediência aos valores da humanidade e não ao governo, sofrendo as consequências desse ato de bondade. Continuou a sessão, a partir da interação com a plateia, a propósito do conceito de “Justo entre as Nações” e dos critérios para esse reconhecimento.

A terminar sensibilizou a plateia de alunos para, a exemplo de Aristides de Sousa Mendes, seguirem sempre a sua consciência e dizerem não a leis injustas, pautando a sua vida pelos valores da humanidade e do respeito pelo outro. 


 Dores Fernandes e Josefa Reis

Fotos: Josefa Reis