𝐌𝐮𝐬𝐞𝐮 𝐀𝐫𝐢𝐬𝐭𝐢𝐝𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐒𝐨𝐮𝐬𝐚 𝐌𝐞𝐧𝐝𝐞𝐬 𝐜𝐞𝐥𝐞𝐛𝐫𝐨𝐮 𝐮𝐦 𝐚𝐧𝐨 𝐝𝐞 𝐞𝐱𝐢𝐬𝐭ê𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐞 𝐨𝐬 𝟏𝟒𝟎 𝐚𝐧𝐨𝐬 𝐝𝐨 𝐬𝐞𝐮 𝐩𝐚𝐭𝐫𝐨𝐧𝐨
Inaugurado em 20 de Julho de 2024, após requalificação e musealização da antiga Casa do Passal, de Cabanas de Viriato, o Museu Aristides de Sousa Mendes celebrou na tarde do passado dia 19 de Julho o primeiro aniversário e, ao mesmo tempo, os 140 anos do nascimento do seu patrono, o diplomata português amplamente conhecido como “O Cônsul de Bordéus”.
Duas centenas de pessoas assistiram à cerimónia, com destaque para a presença de Patrícia Lamas, adjunta do secretário de Estado da Cultura, e para o apontamento musical de Pedro Abrunhosa, convidado a abrilhantar o evento, no início, com duas canções de sua autoria.
Na abertura da sessão solene, Joana Pais, directora do museu, deu conta do sucesso de visitas que o mesmo tem registado, ultrapassando já as 35 mil apenas num ano. Juntaram-se-lhe oito funcionárias e uma voluntária para, individualmente, testemunharem, com alguma emoção à mistura, o sentimento e o regozijo de ali prestarem serviço.
A emoção chegou também a Patrícia Lamas, oradora seguinte, manifestando-se bastante impressionada com a beleza e o significado do museu, confessando que ao tê-lo visitado pela primeira vez foi o melhor que lhe podia ter acontecido naquele dia.
Na sua vez, Josefa Reis, uma das professoras responsáveis pelo projecto Dever de Memória/UNESCO da Escola Secundária de Carregal do Sal, descreveu os objectivos do projecto e as actividades desenvolvidas, algumas ainda antes da existência do museu, assim como o sentimento e as experiências vividas pela equipa UNESCO, baseadas na necessidade de preservar os direitos humanos e homenagear Aristides de Sousa Mendes, tendo em vista a sensibilização dos jovens e da sociedade em geral.
Em nome da família do homenageado usou da palavra o bisneto Silvério Sousa Mendes, presidente do conselho geral da Fundação Aristides de Sousa Mendes, numa dissertação em que falou da sua extensa família e salientou a personalidade do seu bisavô e o acto humanitário com que, em prejuízo próprio e da família, salvou mais de trinta mil vidas nas perseguições da segunda guerra mundial. Viu-se-lhe algum entusiasmo e felicidade por a Casa do Passal ter sido recuperada e ser agora um museu que homenageia e perpetua a memória e o feito do seu bisavô. Resumiu assim o orgulho da família: “Somos herdeiros de sangue e de valores!”.

No encerramento dos discursos, Paulo Catalino, presidente da Câmara Municipal de Carregal do Sal, afirmou que Aristides de Sousa Mendes tornou-o “um homem mais feliz” e adiantou que os próximos passos vão ser no sentido de incluir o museu na Rede Portuguesa de Museus e depois passar a museu nacional. Ao realçar os mais de 35 mil visitantes em um ano, afirmou que esse número, num museu do interior, é mais significativo do que 100 mil visitantes num museu de Lisboa. Defendeu que a história de Aristides de Sousa Mendes deve figurar nos livros escolares do país e pediu ajuda à adjunta do secretário de Estado da Cultura nesse sentido, assim como no projecto de internacionalização do museu, adiantando que em breve se deslocarão ali grandes produtores cinematográficos internacionais interessados em contar a história de Aristides de Sousa Mendes. Comentou que é inaceitável haver portugueses que ainda não conhecem essa história. Ao dizer que “ainda há muita história por descobrir”, realçou que hoje vive um milhão de pessoas pelo mundo fora devido ao acto de Aristides de Sousa Mendes e que é preciso as instituições trabalharem no sentido de saber quantos existem mais e onde estão.
Seguiu-se novo momento musical, dessa vez por Inês Moura, jovem carregalense premiada em concursos de canto. Por fim, cantaram-se os parabéns e cortou-se o bolo de aniversário.
Lino Dias, in Farol da Nossa Terra


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